Para os aposentados, a chegada da maior idade nem sempre representa a saída definitiva do mercado de trabalho. Com contas para pagar e família para sustentar, 21% dos idosos se aposentam, mas não deixam de ser economicamente ativos.
Este cenário foi revelado pela pesquisa CNDL/SPC Brasil, feita com 612 consumidores com idade acima de 60 anos de ambos os gêneros e de todas as classes sociais, nas 27 capitais brasileiras.
Existem três principais motivos para os aposentados continuarem trabalhando:
- A renda não é suficiente para o pagamento das contas (47%)
- Muitos idosos ainda se sentem produtivos (48%)
- Há a necessidade de manter a mente ocupada (46%)
Sete em cada 10 idosos brasileiros (70%) estão aposentados e, destes, nove em cada dez contribuem com orçamento familiar, sendo que 43% são os principais responsáveis pelo sustento da casa.
Dos entrevistados, 34% disseram que recebem algum tipo de
custeio — entre as mulheres, esta parcela sobe para 40% — vindo principalmente
de pensão por falecimento do cônjuge (15%) ou de familiares (15%).
Encontrar emprego na terceira idade pode ser um desafio?
Bem, dos aposentados entrevistados, 57% afirmam que não tiveram problemas na hora de conseguir trabalho. Mas para 43% não foi fácil conseguir uma oportunidade, sendo que 30% deles apontaram a idade avançada como principal obstáculo.
Para 76% dos aposentados, o trabalho é encarado de forma bem positiva. Tanto é que 30% se dizem satisfeitos por estarem trabalhando e ainda terem capacidade de produzir; 20% têm orgulho de manter sua independência; e 18% dos idosos disseram gostar do que fazem e que ainda possuem muitos projetos de vida.
Mais da metade dos aposentados não sabe ao certo até que
idade pretendem trabalhar. Mas, entre os que já definiram a hora de parar,
desejam se manter na ativa até os 74 anos, em média.
Benefícios do INSS não bastam para os aposentados
A pesquisa CNDL/SPC Brasil revelou que a previdência social foi a principal forma de preparação para aposentadoria para 47% dos idosos.
Já 34% realizam ou realizaram algum tipo de investimento — número que sobe para 43% entre os homens e 49% nas classes A e B. Desse total, 13% dos recursos foram aplicados em poupança, 9% em previdência privada da empresa onde trabalhou e 7% destinados a outros investimentos, como fundos, ações, CDBs, Tesouro Direto e renda fixa.
A previdência paga por conta própria foi a opção de 7%, enquanto 6% investiram em imóveis, considerando apenas os imóveis tratados como investimento e não moradia.
Entre os aposentados que se prepararam para esta fase da vida, 25% atribuem esse comportamento ao seu perfil mais precavido. Outros 21% dizem que se espelharam em exemplos de pessoas que não se preparam e tiveram problemas financeiros na aposentadoria. Já 17% disseram que seguiram orientações de amigos e familiares.
Desse montante de aposentados precavidos, 25% não lembram quando começaram a fazer uma reserva, enquanto 43% disseram que começaram a poupar aos 27 anos em média.
Mas vale ressaltar que a preocupação com a aposentadoria ainda é pouco disseminada no Brasil. Três em cada dez idosos (32%) admitiram nunca ter guardado dinheiro exclusivamente para esta finalidade. Entre os motivos apontados estavam falta de renda (29%) e de sobra de dinheiro no orçamento (25%).
E você, aposentado, continua trabalhando? Como se preparou para esta fase da vida? Conte sua história nos comentários!
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